terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O SILÊNCIO DAS FLORES

Silêncio
Na dúvida e na tristeza
Na alegria descabida que é filha da fuga
e neta do desespero
E até mesmo quando não se sabe se é loucura
tristeza ou tédio

Silêncio
No escuro e frio dos absurdos
de um mundo que teima em não fazer sentido
E ante o dilema entre o fanatismo e o cinismo:
ambos tipos diferentes de fuga
Recuso um abrigo acadêmico
ou a tolice como armadura

Silêncio
Quando uns buscam a Luz do Grande Uno,
outros a resposta das crianças
e alguns o Humanismo que a todos nivela
Eu busco a mesma coisa que todos esses
E o Silêncio das Flores é o nome que dou ao meu refugio

Silêncio
Seu silêncio me eleva acima e além
enquanto seus aromas e cores tangíveis me mantém conectado ao Mundo empírico
O Silêncio é um deus: Repleto de Verbos Abortados

Silêncio
Ante o frenesi de meus desejos hedonistas
e a crueza de minhas vontades pragmáticas
meus "Eus" recolhem-se em serena deliberação

Silêncio

(Foto e Poesia de Wanderson Silva de Souza)

Um comentário:

  1. Não há tema mais apropriado para o "Convite à Meditação" do que O Silêncio... O Desafio é justamente encontrar o seu refúgio nessa turbulenta agitação exterior, como “ponto de partida” e “chegada”.

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